sábado, 13 de outubro de 2012

G.F.B e a verdade

Namas tê.
Muitos me perguntam, mas afinal a que religião a G.F.B Pertence? há nenhuma e a todas, vou colocar aqui para os que não entendem algumas explicações de cunho objetivo, eu ELITE estudo e pratico muitos preceitos budistas assim como muitos preceitos crísticos e outros espiritualistas, ou seja entendo que espiritualidade não é religião,(vou colocar um post do evangelho apócrifo de judas e de tomé  no final para que me entendam melhor), então estes são os preceitos ou como queiram regras da G.F.B.
1.0 Formar um núcleo da Fraternidade Universal da humanidade, sem distinção de raça, cor, credo,sexo,raça casta ou cor.
2.0 Encorajar o estudo da religião com´parada, filosofia e ciência.
3.0 Investigar as leis inexplicadas da natureza e os poderes latentes do homem.
Você pode pertencer a qualquer religião tendo apenas como base, sede de conhecimento união aos objetivos acima, tendo como base estudo, reflexão, amor a si e ao próximo e acima de tudo, amor a VERDADE, paz sera teu lema e a VERDADE teu objetivo, busque remover a ignorância em lugar de puni-la, veja cada religião como expressão da sabedoria divina, que o AMOR E A VERDADE SEJAM TUA RELIGIÃO, mas tenha em mente que se os grandes mestres se uniram numa única fraternidade e creiam-me eles não tem religião, nós pobres seres viventes da terrinha também podemos seguir seus ensinamentos e exemplos, afinal eles seres iluminados não tem preconceitos e porque nós teríamos.
Bem tentando clarear um pouco de suas mentes, coloco o evangelho apócrifo de judas, há quem sempre defendi, pois sempre entendi que ele foi o mais corajoso de todos os discípulos, pois fez o que o mestre lhe pediu, por isso o pobre é ate hoje malhado, os evangelhos apócrifos não eram interessantes a igreja católica do ponto de vista financeiro e politico, pois levaria as pessoas a pensarem, não é? então tudo que não era interessante era suprimido. em um momento JESUS afirma que Deus esta dentro de cada um de nos e que nós somos reflexos do próprio DEUS, em um outro evangelho de THOMÉ JESUS afirma que o melhor templo para meditar e orar é dentro do próprio coração, vejam bem, isso é politicamente incorreto, por isso não esta nos evangelhos aprovados pela igreja romana, enfim leia e tire suas próprias conclusões, pois é o que a G.F.B encoraja. A VERDADE . PRIMEIRO VEREMOS O EVANGELHO DE TOMÉ E A SEGUIR UMA SINOPSE DE O EVANGELHO DE JUDAS.
ESPERO E DESEJO QUE TODOS FIQUEM NA MAIS PURA LUZ...
NAMASTÊ





O evangelho apócrifo de Tomé foi encontrado em dezembro de 1945, por alguns felás (beduínos egípcios) que deslocavam-se com seus camelos por perto de um rochedo chamado Jabal al-Tarif, que margeia o rio Nilo, no Alto Egito, não muito longe da moderna cidade de Nag Hammadi. Dentro de um jarro selado encontraram 13 papiros encadernados em couro, escritos em copta. Decepcionante, pra quem esperava encontrar algo "valioso", como ouro. Parte dos documentos foram usados pra acender fogo, parte foi vendida e veio parar no museu copta do Cairo. Ficaram esquecidos por onze anos, até que resolveram estudá-lo e descobriram que, entre os papiros, havia um que começava assim: Estas são as palavras secretas de Jesus, o vivo, que foram escritas por Didymos Tau'maTau'ma é Tomé, ou Tomás, que significa gêmeo em aramaico, e Didymos significa gêmeo, em grego... sim, não é um nome, e sim uma condição (em duas línguas, pra não haver dúvida), o que levou pesquisadores a afirmarem que ele seria o irmão gêmeo de Jesus.
A vós é dado conhecer os mistérios do reino de Deus; mas aos outros se fala por parábolas; para que vendo, não vejam, e ouvindo, não entendam.
(Lucas 8:10)
Ao contrário dos outros evangelhos conhecidos, quer sejam canônicos ou apócrifos, o Evangelho de Tomé não expõe em nada narrativas sobre a vida de Jesus de Nazaré, mas atém-se especificamente às sentenças que teriam sido proferidas por Jesus a seus discípulos. Sentenças duras, de caráter puramente espiritual, que aprofundam os mistérios parcialmente revelados nas parábolas que ele contava ao povo.
Um exemplo é que, em Mateus 5, no Monte das Oliveiras, Jesus ensina às multidões como se deve orar, jejuar, como agir em certas circunstâncias... mas no Evangelho de Tomé, quando seus discípulos o questionam "Queres que jejuemos? Como devemos orar? Devemos dar esmolas? Que alimentos devemos comer?" Jesus simplesmente diz: "Não mintais a vós mesmos, e não façais aquilo que detestais, pois todas as coisas são desveladas aos olhos do céu. Pois não há nada escondido que não se torne manifesto, e nada oculto que não seja desvelado". Caramba! Que ensinamento fascinante! Altamente budista! É como se ele dissesse "sejam vocês mesmos! Vocês estão num nível de compreensão em que sabem que rumo devem dar às suas vidas. Eu sou o caminho, o exemplo. Mas não tentem ser eu sem antes serem vocês mesmos." E mais na frente, numa prova de que a metodologia crística/budista de ensino é aparentemente contraditória, ele diz: "Se jejuardes, gerareis pecado para vós; se orardes, sereis condenados; se derdes esmolas, fareis mal a vossos espíritos. Quando entrardes em qualquer país e caminhardes por qualquer lugar, se fordes recebidos, comei o que vos for oferecido e curai os enfermos entre eles. Pois o que entrar em vossa boca não vos maculará, mas o que sair de vossa boca - é isso que vos maculará". A contradição é apenas aparente, como Buda diz: "As pessoas possuem naturezas, desejos, comportamentos, pensamentos e julgamentos diferentes. Por essa razão emprego diferentes ensinos, várias parábolas e histórias sobre relações causais para possibilitá-las a criarem boas causas. Esta prática, própria de um Buda, eu a tenho realizado ininterruptamente, sem nunca negligenciá-la por um momento sequer." Sim, os apóstolos deveriam ser o mais discreto possível, para que não sobressaísse nenhum traço do ego, ou de religião, mas sim serem identificados unicamente pelo conteúdo do espírito. Não deixa de ser um recado pra quem ainda acha que Jesus fundou uma religião...
Obviamente o conteúdo deste evangelho põe em xeque alguns posicionamentos dogmáticos da Igreja, e por isso é malvisto até hoje. Santo Irineu e Hipólito de Roma o atacaram. O Evangelho de São Tomé já foi anunciado pelos Padres da igreja como falso, e cheio de heresias (palavra que em grego significa simplesmente opinião), mas não se pode negar suas origens e dizer que é uma deturpação das palavras de Cristo, pois é provado que a cópia copta deste evangelho se baseia em um texto ainda mais antigo, provavelmente escrito em grego e/ou aramaico, a língua falada por Cristo. Além disso, os textos canônicos, que estão no Novo testamento, não são mais do queinterpretações sobre os dizeres do Cristo feitos por discípulos, sendo o primeiro evangelho sinótico, o de Marcos, sido escrito provavelmente por volta do ano 60, ainda que baseado - segundo experts - em um texto anterior, chamado de quelle - fonte, em alemão, e que muitos pensam estar contido em grande parte no Evangelho de Tomé.
Neles pode-se pegar muito da essência Hindu que Jesus muito provavelmente aprendeu em sua preparação (os anos ocultos):
Jesus viu crianças de peito a mamarem. E ele disse a seus discípulos: Essas crianças de peito se parecem com aqueles que entram no Reino. Perguntaram-lhe eles: Se formos pequenos, entraremos no Reino?
Respondeu-lhes Jesus: Se reduzirdes dois a um, se fizerdes o interior como o exterior, e o exterior como o interior, se fizerdes o de cima como o de baixo, se fizerdes um o masculino e o feminino, de maneira que o masculino não seja mais masculino e o feminino não seja mais feminino - então entrareis no Reino.

(Evangelho de Tomé, v. 22)
Esta é uma idéia bastante avançada. Quase incompreensível, se pegarmos essa frase dentro de um contexto bíblico. Mas, se formos olhar sob o prisma hindu, encontraremos o sentido. Somente quando atingirmos o estado Búdico, onde o outro e tudo mais no mundo não é senão uma extensão de você mesmo, é que poderemos estar preparados para o "Reino". Uma criança de colo não julga, nem se afirma masculino ou feminino, bom ou mal, apenas aceita as coisas como são. O Buda vê uma pedra como um irmão, pois sabe que a essência divina está ali em ascensão para, daqui a não se sabe quanto tempo, se tornar um humano. Assim é com os animais e as plantas. É um estado de respeito com tudo e com todos. É amar ao próximo como a si mesmo. Afinal, você não teria coragem de cortar seu dedo, teria?
Onde há três deuses, eles são deuses. Onde há dois ou um, estou com ele
(Evangelho de Tomé, v. 30)
Parece uma contradição Jesus falar de Deuses, já que ele pautou sua doutrina nas escrituras Judaicas (onde só existe um único Deus). Mas a chave para decifrar este versículo está na composição da trindade. É sabido que em todo o mundo está espalhada a idéia de ser Deus, nas mais diversas culturas, uma Trindade (três elementos). Aqui, Jesus explica que é um dos elementos desta trindade (provavelmente o que a Igreja Católica chama de Espírito Santo). Sim, pois ele falava pelo espírito (Cristo), e não pelo corpo (Jesus), assim como Krishna falava por Deus, no Baghavad Gita.
Disse Jesus: O Reino do Pai é semelhante a um homem que quis matar um poderoso. Em sua própria casa ele desembainhou a espada e enfiou-a na parede para saber se sua mão era forte o suficiente para realizar a tarefa. Depois foi matar o poderoso
(Evangelho de Tomé, v. 98)
Estranho. Chocante. Mas compreendam a mensagem: O que o homem fez? Ele testou-se primeiro em casa pra saber se teria condições para a empreitada. Assim é com todo aquele que quer fazer parte do Reino: Precisa provar aqui (em casa) que está apto a entrar. Apto a matar o poderoso (o nosso ego, as nossas paixões inferiores, tudo o que nos domina).
Mais alguns trechos do Evangelho de Tomé, explicados magnificamente por Huberto Rohden, em seu livro O quinto Evangelho:
Disse Jesus a seus discípulos: Comparai-me e dizei-me com quem me pareço eu.
Respondeu Simão Pedro: Tu és semelhante a um anjo justo.
Disse Mateus: Tu és semelhante a um homem sábio e compreensivo.
Respondeu Tomé: Mestre, minha boca é incapaz de dizer a quem tu és semelhante.
Replicou-lhe Jesus: Eu não sou teu Mestre, porque tu bebeste da Fonte borbulhante que te ofereci e nela te inebriaste.
Rohden: Pedro e Mateus falam da personalidade humana de Jesus de Nazaré, que um compara com um anjo justo, o outro com um homem sábio. Estes dois apóstolos vêem em Jesus um homem altamente evolvido, muito mais avançado do que outro ser humano aqui na terra; mas nenhum deles visualizou a entidade cósmica dentro da personalidade humana, exatamente como numerosos espiritualistas de nossos dias. Mas, segundo o Evangelho e segundo as próprias palavras de Jesus, o Cristo não é uma personalidade humana, e sim a primeira e mais alta emanação individual da Divindade Universal.
No texto acima citado, Tomé não ousa responder à pergunta de Jesus; prefere calar-se a falar, porque qualquer comparação que ele fizesse seria absurda; pois seria sempre uma comparação entre uma creatura humana e outra creatura humana. Mas, já nesse tempo Tomé vislumbrava algo para além da personalidade de Jesus de Nazaré; adivinhava o Cristo divino invisível para além do invólucro humano visível. E por isto se calou. E Jesus lhe fez ver que ele, o Jesus humano, não era Mestre de Tomé, desde que Tomé havia bebido e se inebriado da borbulhante Fonte da revelação que o Cristo lhe havia oferecido. Quem vislumbra a Realidade espiritual não pode falar, porque entrou na zona dos "ditos indizíveis".
A ciência analítica, a erudição humana, fala - mas a sapiência intuitiva, a visão espiritual, se cala, porque sabe...
Um dia, como referem os Evangelhos, Tomé quis "ver para crer"; mais tarde, porém, como prova o texto acima, ele preferiu "crer para ver" - ou melhor: ter fé, fidelização, sintonia, para ver o Cristo divino no Jesus humano. E quem vê sabe, e quem sabe não fala - cala-se, porque vê e sabe. Os outros falam porque não sabem nem vêem; Tomé prefere calar-se porque bebeu da taça da suprema sabedoria.

Então levou Jesus Tomé à parte e afastou-se com ele; e falou com ele três palavras. E, quando Tomé voltou a ter com seus companheiros, estes lhe perguntaram: Que foi que Jesus te disse? Tomé lhes respondeu: Se eu vos dissesse uma só das palavras que ele me disse, vós havíeis de apedrejar-me - e das pedras romperia fogo para vos incendiar.
Rohden: Quais seriam essas três palavras que Jesus disse a Tomé? Palavras tão inauditas e tão revoltantes que levariam os outros discípulos a apedrejar o companheiro como culpado de blasfêmia? Pensam alguns intérpretes que teriam sido as palavras "Eu sou tu", ou "Tu és eu". Em sânscrito, os iniciados, quando remontam a mais alta sapiência e vislumbram a essencial identidade entre Atman e Brahman, dizem "Tat twam asi" (Isto és tu). Será que Tomé, depois de beber do cálice da sapiência crística, ouviu do Mestre esta sabedoria suprema? Ele diz que das próprias pedras que seus companheiros lhe atirariam sairia fogo para os incendiar. Deviam, pois, ser palavras de fogo aquilo que o Mestre lhe disse e que ele não pôde dizer a seus companheiros. E como, pouco antes, Tomé havia citado as palavras do Cristo que ele lançara à terra, é possível que esse fogo crístico tenha a tal ponto deflagrado em Tomé que ele se tornasse um verdadeiro Cristóforo ou porta-Crísto. Mas os outros não compreendiam essa identidade do Cristo no homem e do Cristo em Jesus.
Tudo isto deve ter ocorrido entre a ressurreição e a ascensão nos quarenta dias que o ressuscitado dava instruções a seus discípulos. Parece que, depois do Pentecostes, Tomé, que fora sempre meio separatista, se separou definitivamente dos colegas palestinenses e se dirigiu ao Egito, onde foram, em 1945, encontrados os preciosos fragmentos que reproduzem parte do seu Evangelho. Nos primeiros séculos do cristianismo, nos desertos áridos da Tebaida, no Egito, viviam centenas de eremitas, solitários yoguis cristãos, em perpétua meditação. Possivelmente, Tomé, após a grande revelação das três palavras indizíveis sobre o Cristo, se isolou nessa inóspita solidão. Se ele não podia revelar a Pedro e Mateus as três palavras inefáveis, como as poderia revelar a outros homens mais profanos do que eles? E cada um de nós tem de descobrir dentro de si mesmo esse sacro trigrama.

Segundo a tradição cristã posterior, Tomé estendeu seu apostolado à Índia, onde é reconhecido como fundador da Igreja dos Cristãos Sírios Malabares, ou Igreja dos Cristãos de São Tomé. Consta que foi martirizado e morto no ano 53 da era cristã, pelo rei de Milapura, na cidade indiana de Madras, onde ficam o monte São Tomé e a catedral de mesmo nome, supostamente local de seu sepultamento. É festejado pelos católicos no dia 21 de dezembro.











Eis o relato secreto da revelação que Jesus fez num diálogo com Judas Iscariotes uma semana antes de celebrar a Páscoa... Jesus lhe disse: “Afasta-te dos outros e contar-te-ei os mistérios do reino. Tu tens a capacidade de alcançá-lo, mas padecerás de extremo sofrimento”.
    — O Evangelho de Judas

A provocadora publicação mundial (abril de 2006) dos temas descobertos com a recuperação do Evangelho Perdido de Judas (Iscariotes) não foi surpresa para os que têm trabalhado com os textos cópticos perdidos nos últimos trinta e tantos anos. O Evangelho veio à tona recentemente em Nova York, em fevereiro de 2006, mas foi originalmente descoberto nos anos 70 perto da cidade de El-Minya, ao longo do Rio Nilo mais ou menos 120 quilômetros ao sul do Cairo. Ele está em concordância com o grosso da coletânea de Nag Hammadi que foi paulatinamente publicada por estudiosos em Berlim (na década de 50), na UNESCO e no Instituto de Antiguidades da Califórnia, que fez insinuações sobre afirmações e trabalhos controversos relacionados à vida de Jesus e os seus discípulos.

Com grande argúcia, Marvin Mayers e outros estudiosos contemporâneos mostram o Evangelho de Judascomo um documento abertamente contrário aos ensinamentos dos Evangelhos Sinópticos (Mateus, Marcos e Lucas) e ao Evangelho de João, que são os únicos evangelhos no cânone tradicional. Embora ele só tenha vindo à tona recentemente, os estudiosos que primeiro reviram o documento perceberam que haviam recuperado do terceiro século um Evangelho perdido atribuído a Judas Iscariotes, de importância capital. Sabiam da descoberta bombástica que tinham em mãos e da sua imensa relevância: um documento que reavaliava os trechos finais dos Evangelhos ortodoxos do Novo Testamento sobre a paixão, a morte e a ressurreição de Cristo. A mensagem de fundo é a de que Judas teve um entendimento prévio do seu papel na história da crucificação como parte de um ensinamento interno que Jesus lhe havia transmitido sobre o papel cósmico do nascimento e da morte dele (Jesus) segundo a Providência Divina. A atribuição do nome “Judas” a um evangelho cóptico centenas de anos após o evento histórico condiz com a tradição de sabedoria cabalística egípcia e judaica na qual os escritores não costumam dar os seus nomes, mas usam o nome de um sábio ou mensageiro por respeito à tradição maior de ensinamentos.
Eu acabo de retornar de um projeto próximo a Nag Hammadi que em 1945 foi cenário da descoberta de mais de 54 textos cristãos antigos, a maior descoberta de documentos posteriores ao Novo Testamento — o trabalho continua até os dias atuais. Circundada por sítios arqueológicos, Nag Hammadi situa-se no Vale do Alto Nilo, sobre a encosta leste do rio, aproximadamente 30 km ao sul de Ábidos, onde alguns dos maiores templos do mundo antigo honram a Osíris, o deus da cosmologia egípcia que morre e se reergue. Aqui, os escritores e estudiosos cópticos do segundo e terceiro séculos d.C. trabalharam com questões teológicas, psicológicas e cosmológicas sobre a vida e a morte de Jesus de Nazaré na área que se estendia até o norte a Panópolis (“Cidade Global”), a capital do distrito egípcio. Os escombros dos monastérios e as ruínas de templos indicam a intensa vida intelectual de um tempo passado e de uma cristandade nascente que nem era oriental, nem ocidental, e sim, de modo especial, egípcio-africana. Segundo o grande explorador do século dezoito James Bruce, seria nesta área de influência, que se estendia do Egito à Etiópia, que seriam encontradas algumas das maiores obras perdidas do período intertestamental e do posterior ao Novo Testamento, que muitos dos pais da igreja dos primeiros tempos consideravam canônicos ou dignos de estudo.
Há algumas variações pontuais dos fatos entre este Evangelho de Judas perdido e os quatro evangelhos canônicos. Entre as mais importantes que o leitor perceberá estão as seguintes:
1) Judas exerce um papel muito mais próximo de Jesus como integrante de um discipulado interno.
2) Jesus sabia que a importância da sua morte requereria agentes humanos para encenar o drama cósmico e Judas era chave para o evento da morte na qual Jesus trocaria o seu manto de carne por um corpo de luz.
3) O uso da terminologia mística e esotérica como “Barbelo” e “Sophia” é crucial para a linguagem de outros textos cópticos que explicam a verdadeira natureza do mistério da morte e ressurreição de Cristo.
4) A real oposição velada aos ensinamentos de Jesus não era a das autoridades religiosas e políticas romanas e judaicas, mas a das hierarquias angélicas caídas dirigidas por Yaldabaoth e por outros, que usaram os sistemas humanos como joguetes.
5) Há uma fraca distinção entre a Sophia caída ilustrada no Pergaminho de Judas e o princípio feminino de sabedoria superior ilustrado no Antigo Testamento grego e no cristianismo místico do Egito, que afirmam a natureza positiva de Sophia.
6) Do mesmo modo, Saklas, uma inteligência mestre negativa do cosmo maior, é considerado o criador de Adão e Eva.
7) Ambos o Novo Testamento e a Coletânea Genuína de Nag Hammadi enfatizam que Maria Madalena, João e Pedro eram os discípulos mais próximos de Jesus. Os elementos significativos da crônica mais ampla de Jesus na cruz como, por exemplo, a realidade da ressurreição para fora da cruz – a “boa nova” dos “Evangelhos” — são deixados de fora.
8) Também é interessante notar que diferentemente de outros documentos cópticos que reconhecem o destaque atribuído a Maria Madalena, não há qualquer referência ao papel de Maria Madalena ou das proto-mães da Cruz. Talvez isto se deva ao fato de o escrito tender a atribuir maior responsabilidade pela crucificação a um Plano Divino superior de redenção humana. O Evangelho de Judas enfatiza que a Mente Divina que opera através do Cristo designou alguém previamente, Judas Iscariotes, aliviando de alguma forma os judeus e romanos da sua participação no evento cósmico celebrado na Páscoa no mundo inteiro.
Os leitores e estudiosos céticos e de mente aberta precisam fazer uma distinção entre os textos gnósticos cristãos “kosher”, genuínos, que aceitam a morte e a ressurreição de Cristo no contexto das atribuições do Pai Divino (YHWH) e as tradições místicas dos escritos do Antigo e do Novo Testamento. Em suma, os gnósticos cristãos genuínos não eram anti-semitas e assimilaram os grandes padres da igreja africana, Clemente de Alexandria e o grande estudioso da Igreja dos primeiros tempos, Orígenes.
Enquanto do ponto de vista geral a história da condenação e crucificação revelada no Evangelho de Judassegue a dos evangelhos canônicos, ela é bem diferente se vista de perto. O Evangelho de Judas não atinge o objetivo dos documentos cópticos “cristãos” mais plausíveis e minimiza o papel de outros discípulos e do Ofício do Cristo (Hebreus, capítulo 8), que Jesus veio cumprir sem a necessidade de uma intriga específica entre mestre e discípulo. Recomenda-se aos leitores interessados que leiam a coletânea completa dos documentos de Pistis Sophia (cinco volumes) que minha esposa e eu traduzimos e publicamos pela Academia para Ciência Futura a partir dos textos cópticos originais. Lá é explorado em grande detalhe o papel da Trindade de Trindades, do Nome Inefável e de Jesus após a ressurreição, de acordo com os escritos que os discípulos reuniram no Egito.
Para aqueles de vocês que queiram uma descrição mais detalhada com comentários de alguns dos textos e idéias cópticos, por favor, consultem Pistis Sophia: Texto e Comentário para compreender a fé e a sabedoria superior que os antigos cristãos que viviam no Egito revelaram.
J.J. Hurtak, autor de Gnosticismo: Mistério dos Mistérios, e tradutor e expositor de Pistis Sophia: Texto e Comentário, juntamente com a sua esposa Desiree, estudou textos cópticos no Egito e foi consultor do projeto arqueológico que empregou Radar de Penetração de Solo para localizar a tumba de Osíris no Egito em 1997.

Para mais informações:





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